Curitiba planeja transformação no transporte público com foco na descarbonização

Concessão será estruturada para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, e o leilão está previsto para acontecer no terceiro trimestre de 2025

Curitiba está se preparando para uma mudança significativa em seu sistema de transporte público, com o objetivo de reduzir sua pegada de carbono e promover a eletromobilidade. A cidade estabeleceu metas ambiciosas, planejando que 33% da frota de ônibus seja composta por veículos de zero emissões até 2030, chegando a 100% em 2050. Este compromisso foi firmado recentemente.

A concessão do transporte público será estruturada de forma a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, e o leilão para essa nova concessão está programado para o terceiro trimestre de 2025. O anúncio das bases para essa nova concessão contou com a presença do prefeito Rafael Greca e da superintendente da Área de Soluções para Cidades do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciene Machado.

Atualmente, o transporte público da capital paranaense conta com 1.226 ônibus distribuídos em 250 linhas, atendendo mais de 1,3 milhão de passageiros diariamente. No entanto, o uso de ônibus na cidade tem diminuído desde o início da pandemia. Os terminais de integração permitem que os passageiros desembarquem de uma linha de ônibus e embarquem em outra sem pagar uma nova tarifa. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 66% das emissões de gases do efeito estufa da cidade são provenientes do transporte.

A concessão atual, formada por três consórcios que englobam dez empresas privadas, foi realizada em 2010 e expira em setembro de 2025. Com o novo modelo, a cidade pretende aumentar os deslocamentos feitos por transporte coletivo dos atuais 51% para 85%, enquanto reduz de 45,8% para 7% a proporção realizada por veículos individuais.

Além disso, está prevista a entrada em operação dos 70 primeiros ônibus elétricos adquiridos recentemente ainda no primeiro semestre.

Neste mês, foram instalados 900 módulos fotovoltaicos no telhado do terminal Santa Cândida, no bairro Tingui. A prefeitura estima que essa instalação resultará em uma economia de energia que representa uma redução no gasto financeiro de R$ 411 mil.

Essa iniciativa faz parte de um projeto maior que inclui a instalação de sistemas fotovoltaicos nos terminais urbanos Pinheiro e Boqueirão. A energia gerada por esses sistemas é transferida para a rede de distribuição da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

Outra ação importante em prol da sustentabilidade é o início dos testes, previsto para o final do primeiro semestre, de um caminhão elétrico na coleta seletiva da cidade. Essa fase de testes fornecerá informações importantes sobre a viabilidade e eficiência desses veículos para esse tipo de serviço.

Curitiba está demonstrando um forte compromisso com a descarbonização de seu sistema de transporte público. Com metas ambiciosas e ações concretas, a cidade está caminhando na direção certa para reduzir suas emissões e promover um futuro mais sustentável.

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